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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 47

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano I – Nº 47

Os olhos da Terra

 Space.com – 4 de dezembro de 2001

O telescópio espacial Hubble consegue excelentes imagens especialmente porque está em órbita da Terra, longe das interferências atmosféricas. Por mais de dez anos ele tem sido os nossos melhores olhos no espaço. Agora a Terra também tem olhos tão bons quanto os do Hubble — talvez ainda melhores. Esta semana uma equipe de astrônomos do Observatório de Paranal, no Chile, obteve imagens tão precisas quanto as que o Hubble.

O Paranal é o maior observatório do mundo. Situado a dois mil metros de altitude, no deserto de Atacama, onde desfruta de até 350 dias de céu limpo por ano. Na verdade o Paranal é um conjunto preciso e delicado formado por quatro telescópios com espelhos de 8,2 metros de diâmetro cada. Quando estiver em pleno funcionamento, em 2005, o sistema operará em conjunto através de uma técnica chamada interferômetria.

O Paranal é operado pelo Observatório do Sul da Europa, que trabalha juntamente com institutos da França e Alemanha. Se apontados para a Lua, seus quatro telescópios gigantes obterão resoluções de até 2 metros. Cada espelho pesa 20 toneladas e é dotado de ótica ativa, com ajustes de curvatura. As imagens obtidas no Paranal poderão vir a ser centenas de vezes melhores que as do Hubble, que no futuro será usado para fazer a varredura dos objetos a serem focados. O Hubble será a “buscadora de luxo” do Paranal.

Mudanças na superfície de Marte

 BBC Brasil – 7 de dezembro de 2001

Astrônomos acreditam que lentas mudanças podem estar ocorrendo na superfície do planeta Marte — possivelmente relacionadas a mudanças climáticas no planeta. Imagens em alta resolução do pólo sul do planeta indicam uma erosão acentuada da superfície, que permanece congelada durante todo o ano marciano.

Os pesquisadores também descobriram a existência de um reservatório congelado de dióxido de carbono que, caso descongele, pode alterar completamente a estabilidade climática de Marte a longo prazo. O tamanho desse reservatório também poderia influenciar a presença de água líquida na superfície do planeta. Se for grande, a mudança na pressão atmosférica provocada por sua sublimação (passagem do estado sólido diretamente para o gasoso) poderia criar as condições necessárias para a água permanecer líquida na superfície, já que a pressão seria maior.

As imagens foram obtidas pela sonda Mars Global Surveyor, em órbita do Planeta Vermelho. Elas mostram mudanças evidentes na cobertura de gelo que ocorreram nos últimos dois anos.