Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano V - Nº 226

Cosmos 1, a história que não terminou
Por José R. V. Costa, coordenador da Planetary Society no Brasil
25 de junho de 2005

O que pode ser mais frustrante que construir uma nave espacial e perdê-la durante o lançamento? Pior se a nave for pioneira em seu gênero, prestes a provar um novo conceito.

Foi tudo o que aconteceu naquele fatídico 21 de junho nas águas frias do Mar de Barents, norte da Rússia. Eram 16:49 pelo horário de Brasília quando o foguete Volna irrompeu do oceano, lançado de um submarino nuclear.

Adaptado de um míssil intercontinental da guerra fria, sua carga era a pacífica Cosmos 1, a primeira vela solar, uma pequena espaçonave que a 800 km de altitude estenderia oito elegantes velas triangulares – como um veleiro espacial, e usaria a luz do Sol para mover-se em órbita da Terra.

Mas o foguete "insistiu em lembrar" seu passado tenebroso, quando sua "carga útil" eram ogivas atômicas que jamais seriam postas em órbita, mas arremessadas num longo voo balístico até outro continente.

Uma falha antes do final da queima do primeiro estágio condenou todo o conjunto a um voo balístico miserável, retornando as águas do mesmo Mar de Barents.

A história da Cosmos 1, porém, não termina ali. Além da necessária investigação do acidente, os membros da Planetary Society, organização civil e independente responsável pelo projeto, estão determinados a continuar.

As atenções agora se voltam aos demais projetos da sociedade, mas um dia haverá uma Cosmos 2.

O cinturão de Fomalhaut
Space.com - 22 de junho de 2005

Ela está entre as 20 estrelas mais brilhantes que podemos ver no céu a olho nu. Na constelação do Peixe Austral, a somente 25 anos-luz da Terra, está Fomalhaut, um dos objetos celestes mais estudados e que várias vezes apareceu em contos de ficção científica.

Para os astrônomos a jovem estrela (com um vigésimo da idade do Sol) não é menos espetacular, principalmente agora, que a suspeita da existência de um planeta ao seu redor se transformou na evidência mais forte de um novo mundo.

Em vez de fotografar o planeta, contudo, o telescópio espacial Hubble conseguiu enxergar o anel de poeira ao redor da estrela. E ele não está centrado em Fomalhaut, mas dela afastado cerca de 15 vezes a distância da Terra ao Sol – o que sugere fortemente que um planeta maciço está deslocando seu centro de gravidade.

O anel de fragmentos em volta de Fomalhaut é análogo ao Cinturão de Kuiper em nosso Sistema Solar, só que quatro vezes maior em diâmetro. A maioria dos mais de 150 planetas extra-solares descobertos até hoje tem órbitas inacreditavelmente próximas de suas estrelas.

Em alguns casos, mundos tão gigantes quanto Júpiter completam uma translação em poucos dias. Outros percorrem trajetória altamente excêntricas em volta de seus sóis.