![]() | ![]() |
Ano V - Nº 212 |
Cassini encontra atmosfera em Encélado |
Space.com - 16 de março de 2005 |
Encélado (ou Enceladus), uma das muitas luas de Saturno, também possui uma atmosfera. A revelação surpresa foi enviada pela nave Cassini, em órbita da jóia do Sistema Solar desde 1º de julho do ano passado. No dia 17 de fevereiro a Cassini sobrevoou o satélite a 1.167 km de sua superfície. Quarta-feira passada ela chegou ainda mais perto, apenas 500 km do solo congelado de Encélado. A descoberta da Cassini é surpreendente. Até hoje, o único satélite do Sistema Solar com uma atmosfera apreciável era Titã, também uma lua de Saturno. Mas ao contrário de Titã (com quase 5.200 km de diâmetro), Encélado não tem força gravitacional o bastante para reter uma atmosfera. Ou seja, seu envoltório gasoso tem de ser constantemente reabastecido. Daí surgiu a hipótese de que existe alguma atividade na superfície da lua, ou abaixo dela. A atmosfera pode ser o resultado da atividade de vulcões ou gêiseres na pequena lua de cerca de 500 km de diâmetro. Se for verdade, Encélado será a terceira lua do Sistema Solar com atividade vulcânica (Io, de Júpiter, e Tritão, de Netuno, também têm vulcões ativos). A Cassini também revelou uma interessante interação da lua com o campo magnético de Saturno. Em 1981, a sonda Voyager 2 passou a 90 mil quilômetros de Encélado e o fotografou, revelando uma das superfícies mais intrigantes do Sistema Solar. A detecção de uma atmosfera, contudo, estava além do seu alcance. |
Auroras em alta-voltagem |
Spaceflight Now - 14 de março de 2005 |
O observatório espacial Chandra está ajudando a decifrar a fonte das auroras de Júpiter, as mais espetaculares e ativas do Sistema Solar. Monitorando o planeta gigante, o Chandra detectou a presença de partículas altamente carregadas colidindo com o topo da atmosfera do planeta, bem acima dos pólos. As medidas do Chandra mostraram que a atividade auroral foi produzida por íons de oxigênio e outros elementos. Tais partículas estão sendo aceleradas em um ambiente altamente energético, indicando um processo diferente das auroras produzidas na Terra ou em Saturno. Aqui, as auroras são ativadas por tempestades solares que perturbam o campo magnético terrestre. Rajadas de partículas do Sol também podem causar auroras em Júpiter, mas diferentemente do que ocorre na Terra, Júpiter tem outro modo de produzir auroras. A rápida rotação dos turbilhões de gás do planeta, mais uma fonte abundante de partículas no vulcanismo produzido pela lua Io, criam um reservatório enorme de elétrons e íons. Essas partículas carregadas são apanhadas continuamente pelo forte campo magnético do planeta e então aceleradas sobre as regiões polares, onde colidem com a atmosfera superior para produzir auroras quase permanentes. Voltagens de cerca de 10 milhões de volts e correntes de 10 milhões de ampères (cem vezes o mais poderoso raio terrestre) são necessárias para explicar os resultados do Chandra. Elas também explicariam as poderosas emissões de rádio observadas antes pela nave Ulysses. |