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Ano IV - Nº 177 |
O som dos anéis |
Cassini-Huygens Home Page - 7 de julho de 2004 |
A Cassini-Huygens entrou em órbita de Saturno no último 30 de junho. A inserção orbital foi a manobra mais crítica de seus sete anos de viagem. Caso falhasse, passaria de Saturno e seguiria adiante, nos confins do Sistema Solar. Felizmente deu tudo certo: a Cassini aproximou-se de Saturno por baixo do plano de seus anéis, tendo inclusive gravado o "som" de pequenas partículas faziam ao colidir com sua antena. Na verdade, cada vez que uma partícula atingia a Cassini, uma pequena nuvem de plasma se formava (cerca de 700 por segundo), sendo posteriormente convertidas para freqüências audíveis. Isso não casou danos. Na Terra, o centro de controle da missão já recebeu várias fotos enviadas pela nave. De Titã, a maior lua do planeta, uma nuvem brilhante de metano foi fotografada perto do pólo Sul. A sua persistência em vários comprimentos de onda indicam que suas partículas são bem grandes se comparadas com as partículas típicas da neblina que envolve a lua, sugerindo uma atmosfera polar dinâmica. Ao Norte, uma forma circular sugere uma cratera de impacto. Dos anéis, a melhor imagem já obtida em ultravioleta indica uma maior presença de gelo nos anéis externos que nos internos (cor azulada). Há também mais "sujeira" em sua composição que o previsto. As câmeras da Cassini não têm resolução suficiente para ver os fragmentos que compõem os anéis individualmente. No entanto, as diferentes concentrações de material (gelo e rocha) podem ser detectadas e isso certamente trará melhores pistas sobre sua origem e evolução. |
Espetáculo mortal |
Spaceflight Now - 5 de julho de 2004 |
Ainda não foi encontrado um planeta semelhante a Terra fora do Sistema Solar, mais um sol como o nosso não é novidade. O mais próximo fica a apenas 12 anos-luz. É a estrela Tau Ceti, na constelação da Baleia. Lá foi encontrado um disco de asteroides e cometas semelhante em forma e tamanho ao que está em órbita do Sol. Porém, um estudo recente indica que a quantidade de objetos ao redor de Tau Ceti é pelo menos dez vezes maior que a encontrada no Sistema Solar. Com tanto movimento na vizinhança, planetas que porventura estivessem em órbita de Tau Ceti teriam os céus abarrotados pela magnífica visão de cometas frequentes – e certamente seriam alvo de um bombardeio celeste constante. A descoberta levou os astrônomos a se perguntarem se sistemas estelares como esse não seriam comuns, e portanto o Sistema Solar uma exceção. Talvez o Sol tenha se aproximado o bastante de uma outra estrela no passado, em seu passeio pela galáxia, e nesse encontro se desfez da maior parte de seus cometas e asteroides. O fato é que sob um bombardeio muito intenso a vida nunca conseguiria evoluir. Seríamos afortunados por nossa vizinhança relativamente tranqüila ou o ambiente de Tau Ceti é particularmente ameaçador? |