![]() | ![]() |
Ano IV - Nº 152 |
O Hubble e as trevas |
Spaceflight Now - 16 de janeiro de 2004 |
Um novo mosaico com três bilhões de pixels – a maior imagem contínua já obtida pelo telescópio espacial Hubble (HST) – é também o vislumbre mais longínquo do Universo, época das mais jovens e distantes galáxias, ou ainda antes da formação das estrelas, uma espécie de "Idade das Trevas" do Cosmos. São 78 fotos cobrindo apenas ½° do firmamento (aproximadamente o diâmetro aparente da Lua Cheia) que deverão vir a público em fevereiro. Elas vão proporcionar uma maior compreensão do Universo e devem ser um dos destaques científicos desta década. De outro lado, a nova estratégia espacial do presidente Bush (veja matéria seguinte) já rendeu, de imediato, o cancelamento da última missão de manutenção do Hubble. A missão estava planeada para 2006, tendo como principal objetivo instalar uma nova câmara e um novo espectrógrafo (ambos já construídos). Esta decisão deixa o telescópio à mercê de seus velhos giroscópios, baterias e outros equipamentos desgastados. O Hubble é um dos engenhos espaciais mais produtivos, do ponto de vista científico, já construídos. Baseado na performance dos giroscópios atuais acredita-se que o HST tem 50% de chances de permanecer operacional até 2007. O Telescópio Espacial James Webb não deverá ser lançado antes de 2012, o que irá prolongar o fosso entre os dois observatórios astronômicos. O custo do esforço para desenvolver uma capacidade autônoma de reparação, juntamente com a decisão de retirar os ônibus espaciais de serviço em 2010, deixou pouca margem de manobra e a missão acabou cancelada. Talvez esta tenha sido a derradeira sentença de morte do Hubble. |
Prometendo mundos |
Folha On Line - 14 de janeiro de 2004 |
O presidente George W. Bush anunciou o fim da frota de ônibus espaciais para o ano de 2010, o envio de uma missão tripulada à Lua até 2015 (2020 no máximo) e o uso da Lua como base para uma colônia humana permanente, e possível trampolim para missões tripuladas a Marte e além. Ele afirmou que a redistribuição do orçamento da NASA, de US$ 86 bilhões em cinco anos, pode financiar a maior parte dos novos programas, mas acrescentou que tentará obter mais recursos para o período. Um documento divulgado pela NASA após o discurso de Bush revela estimativas de que as missões lunar e marciana, além de outros programas, custariam por volta de US$ 170 bilhões até 2020 (na prática, provavelmente ultrapassará em muito esse valor). Mas o interesse do presidente não reflete uma estimativa honesta das realidades fiscal e organizacional da NASA e da realidade financeira do país, segundo os democratas. O jornal Washington Post concorda com a posição democrata: "o país enfrenta um considerável déficit orçamentário, necessidades em educação e saúde, além de uma ameaça terrorista internacional. Isso faz com que o atual momento seja inadequado para que o país embarque em um projeto que pode ter grandes custos", destacou o jornal. Já o The New York Times afirmou que a exploração espacial tem aspectos positivos, mas aconselhou o Congresso a analisar com cuidado se a redistribuição dos recursos da NASA não causará prejuízos a outros programas científicos, como as explorações robóticas e os estudos do clima. |