Surfshark
Astronomia no Zênite
Astronáutica - Missões espaciais

Vivendo no espaço – 2ª Parte

 Final

Segundo uma convenção internacional, o espaço começa 100 km acima do nível do mar. Abaixo disso estaremos cada vez mais imersos no manto gasoso que envolve nosso mundo, a atmosfera que nos protege e nos alimenta.

No espaço não existe ar e, portanto, não há como propagar vibrações mecânicas, como o som. A sensação de ausência de peso quando se está em órbita recebe o pomposo nome de imponderabilidade. Isso não é o mesmo que ausência de gravidade (o que não ocorre), mas produz efeitos curiosos tanto no corpo quanto na mente humana.

Comida de astronauta
NO INÍCIO, a comida era servida em tubos de alumínio para ocupar pouco espaço. Durante o programa Apollo, a variedade de alimentos aumentou.

Cotidiano

No espaço, simplesmente não existe “em cima” e “embaixo”. O interior das naves precisa identificar bem o teto e o chão porque o astronauta simplesmente não sente diferença alguma. Não se tem a sensação de estar de cabeça para baixo.

E, ao contrário do que se poderia pensar, as refeições não são “pílulas”, mas comida quente e saborosa, aquecida no micro-ondas. Contudo, algumas tarefas rotineiras tornam-se mesmo peculiares em órbita. Como ir ao banheiro, ou melhor, ao “sistema de administração de dejetos”, cujo assento possui um aspirador, para que a imponderabilidade não deixe o usuário constrangido ao ver que seu ato resultou numa miríade de objetos mal cheirosos flutuando ao redor.

Astronauta se alimentando em órbita
A ÁGUA não flui em órbita do mesmo modo que na Terra. Os astronautas não podem lavar as mãos ou o rosto como nós. Não há torneiras ou chuveiros por lá.

A higiene de um astronauta é trabalhosa. Tomar banho, por exemplo, requer a montagem do box (que afinal não vai ficar sempre ocupando um lugar no restrito interior da nave), abastecê-lo com água, depois se lavar, aspirar toda a água (você não iria querer que bolhas d’água circulassem livremente pela nave) desmontar o compartimento e reciclar a água utilizada. Mesmo assim o prazer de um banho após um exaustivo dia de trabalho compensa o esforço.

Esforço, aliás, é o que não deve faltar a um astronauta, que se alterna entre oito horas de trabalho, sono e lazer, mas inclui também uma série diária de exercícios físicos. É que sob a imponderabilidade o cálcio escapa pela urina e a estrutura óssea se enfraquece.

O pouco uso das pernas também faz o sangue circular mais pela parte superior do corpo e isso amolece os músculos. Movimentos mais suaves também diminuem o consumo de oxigênio transportado pelos glóbulos vermelhos – o que resulta numa diminuição de 8 a 20% em seu número total.

E até o aparelho digestivo se acostumar a sensação de flutuação (que é semelhante a uma queda sem fim), o astronauta pode sofrer enjoos e tonturas.

Arte e técnica

Do lado de fora da nave, a absorção de temperatura ainda depende de certas características do material de que ela é feita. A superfície externa, tanto da nave quanto do traje espacial, devem ser claros para refletir bem a luz e o calor do Sol.

Astronauta dormindo em órbita
DORMIR em pé não é desconfortável porque simplesmente não se nota diferença! Para não flutuar pela nave e se machucar, os astronautas dormem em sacos ou presos por tiras.

Mas esse não é o único sistema para proporcionar uma temperatura confortável. O calor do próprio astronauta pode fazer do interior de seu traje espacial um lugar sufocante. Em lugar disso uma rede de tubos circula água próxima ao seu corpo.

PATRONO
Urania Planetario

O calor corporal é então transferido para uma unidade de refrigeração no compartimento montado em suas costas, onde a água entra em contato com uma placa de metal porosa cuja outra extremidade está conectada ao espaço. Parte da água atravessa lentamente os poros e congela, sendo progressivamente expelida no vazio (sublimada), como vapor.

Ser astronauta significa passar por tudo isso. Afinal, eles integram a equipe mais seleta que existe, com somente cerca de 600 profissionais (incluindo os já aposentados e falecidos) em todo o mundo. É claro que viver no espaço é apenas uma parte da exploração do Universo, e o meio pelo qual vamos até lá é a Astronáutica ─ a arte e técnica de navegar pelo firmamento. Artigo de Astronomia no Zênite


BANHEIRO  Todos os líquidos devem ser cuidadosamente aspirados. Isso inclui as excreções do corpo de um astronauta…
 

Onde fica o espaço
Estação Espacial Internacional

Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Vivendo no espaço – Parte 2 Tribuna de Santos, Santos, 16 ago. 2004. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.
Créditos: Costa, J.R.V. Vivendo no espaço - Final. Astronomia no Zênite, mai. 2007. Disponível em: <https://zenite.nu/vivendo-no-espaco-2>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Como citar esta página como uma fonte da sua pesquisa

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, a forma indicada para mostrar que você pesquisou o artigo contido nesta página é:

 

As referências bibliográficas são importantes não apenas para dar crédito aos autores de suas fontes, mas para mostrar a sua habilidade em reunir elementos que constroem uma boa pesquisa. Boas referências só valorizam o seu trabalho.