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Astronomia no Zênite
Curiosidades - Perguntas intrigantes

Rotas espaciais

 1ª parte

No espaço também existem rodovias. São as órbitas. Estradas amplas, com velocidades máximas generosas, mas sem qualquer sinalização. Não que isso seja um problema… Afinal as órbitas são como pistas de corrida particulares, percursos fechados de um único dono. Ou quase isso.

Acidentes acontecem. De sorte que seu número vem diminuindo com o tempo, ao contrário das estatísticas nas estradas terrestres! O curioso é que ninguém pode desobedecer as “regras do trânsito” no espaço – elas são Leis da Natureza (que conhecemos pelos nomes dados por alguns sábios da Terra, como Isaac Newton).

Passagem obrigatória: conjunçãoConjunção

Nas pistas do Sistema Solar convencionou-se chamar os planetas Mercúrio e Vênus de interiores, porque suas órbitas são internas à órbita da Terra. Do outro lado ficam os planetas exteriores. Todos os anos podemos ver a olho nu os dois planetas interiores e três exteriores: Marte, Júpiter e Saturno.

Quando observamos um planeta alinhado com o Sol, dizemos que ele está em conjunção. Os planetas interiores entram em conjunção em dois pontos de suas órbitas: uma vez quando estão entre a Terra e o Sol, a conjunção inferior, e novamente quando estão além do Sol, a conjunção superior. É fácil perceber que os planetas exteriores só podem ficar em conjunção superior, já que nunca ficarão entre a Terra e o Sol.

Conjunções e elongações orbitais
TODOS JUNTOS  Em Astronomia a palavra conjunção assume significados específicos quando em relação ao Sol. A gravura mostra as conjunções superior, inferior e ainda as elongações – mencionadas a seguir.

Proibido retornar: elongação máximaElongação

Mercúrio ou Vênus pode formar com a Terra e o Sol um ângulo de 90 graus. Em Astronomia, essa posição recebe o nome de elongação máxima. Existem duas: à Leste (elongação oriental) e à Oeste (elongação ocidental).

Quando Mercúrio – ou Vênus – encontra sua elongação oriental máxima, ele fica bem visível ao entardecer, na sua maior distância angular do Sol. Quando atinge a elongação ocidental máxima, o planeta interior é visto no final da madrugada, antes do Sol nascer. Para observar Vênus e Mercúrio, as datas próximas das elongações são as melhores.

Acesse os recursos a seguir para saber as datas dessas elongações máximas.

Elongação
Elongações de Mercúrio
Elongação
Elongações de Vênus

Dê a preferência: oposiçãoOposição

Somente um planeta exterior pode estar em oposição ao Sol. Ficar em oposição não é discordar do astro-rei. Significa apenas que o planeta se encontra no ponto de sua órbita mais próximo da Terra – o mesmo que a Terra estar precisamente entre o planeta e o Sol.

Planetas exteriores
PLANETAS EXTERIORES como Marte ou Júpiter, podem ficar em oposição ao Sol.

Para ver um planeta em oposição temos de olhar na direção oposta ao Sol, daí o nome. Por isso, nas datas próximas da oposição o planeta fica mais brilhante (pela sua proximidade) e é observado durante toda a noite (porque nasce quando o Sol se põe). A oposição é sempre a melhor época para observar um planeta exterior.

Às vezes, uma oposição pode ser particularmente favorável. A cada 26 meses, por exemplo, a Terra passa entre Marte e o Sol. Porém, em virtude das órbitas dos planetas não serem circulares, o tamanho aparente de Marte pode variar bastante de oposição para outra.

Na mais fantástica das oposições marcianas, ocorrida em agosto de 2003, Marte e Terra estiveram mais próximos um do outro que em qualquer outra oportunidade em quase 60 mil anos.

Foi quando Marte apareceu no céu com o tamanho angular de uma grande cratera lunar – visível com um binóculo apenas. Mas houve quem lesse sem atenção afirmações como essa e concluíssem que o planeta Marte apareceria no céu tão grande quanto a Lua Cheia – um absurdo sem tamanho!

Na sequência, iremos falar sobre trânsitos planetários e alinhamentos. Será mesmo verdade que quando vários planetas se alinham acontecem terremotos na Terra?

Continue lendo…

 

O trânsito de Mercúrio e o tamanho do Sistema Solar
A grande conjunção de 2020

Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Rotas espaciais. Tribuna de Santos, Santos, 16 jul. 2007. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.
Créditos: Costa, J.R.V. Rotas espaciais. Astronomia no Zênite, ago. 2007. Disponível em: <https://zenite.nu/rotas-espaciais>. Acesso em: 19 abr. 2024.
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