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Astronomia no Zênite

História das constelações ocidentais – 2ª parte

 Final

O modo como “juntamos os pontos” e enxergamos uma imagem familiar no céu varia muito para cada civilização, para cada cultura. Assim, é natural que hoje não consigamos compreender certos desenhos representados nas constelações. Grande parte delas remonta a mais de quatro mil; legadas pelos gregos em sua rica mitologia.

Na constelação do Touro, por exemplo, há um aglomerado estelar que recebeu uma denominação especial: para os gregos eram as Plêiades, ou Atlântidas, as sete filhas de Atlas e Plêione, transformadas em pombas por Júpiter, que as colocou no céu.

Para algumas tribos indígenas no Brasil eram simplesmente um enxame de abelhas – e para outras uma bela índia de nome Ceiui.

Outro asterismo muito significativo fica na constelação da Ursa Maior. The Big dipper (a Grande Concha), era conhecida como La Casserole (a caçarola) pelos franceses. Na Inglaterra Medieval era um arado de madeira e para os habitantes do Norte da Europa, uma carruagem medieval (veja a figura).

Grande ConchaA MESMA constelação pode ter interpretações distintas. Aqui a Grande Concha na visão de diferentes povos do Norte.
PATRONO
Urania Planetario

As constelações que ninguém queria

O processo que resultou nas constelações atuais levou séculos e muitas propostas nunca foram aceitas ou simplemente cairam no desuso. Certa vez, o astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742) tentou bajular seu soberano, o rei Jorge II, nomeando uma constelação como o Roble de Jorge.

Felizmente não deu certo. Mais tarde, outro conterrâneo de Halley, William Herschel, tentou fazer o mesmo ao descobrir o sétimo planeta. Para Herschel, Urano também deveria se chamar Jorge.

No século XVII Augustin Royer chamou a constelação do Lagarto de Cetro e Mão da Justiça. Sua ideia ficou apenas em alguns registros da época. Em 1787 o alemão Johann Bode decidiu que o Lagarto deveria se chamar Glória de Frederico, em homenagem a Frederico II da Prússia. Mas entre Andrômeda e Cisne brilha até hoje a constelação do Lagarto.

Constelações do futuro

As constelações são meramente um efeito ilusório. Na verdade as estrelas estão a diferentes distâncias e teriam sua “forma” completamente modificada se vistas por um observador longe da Terra.

Outro aspecto relevante, é que as estrelas não estão fixas em suas posições. Cada estrela possui um movimento próprio, inclusive o Sol. O efeito combinado só é visível com o passar do tempo. Muito tempo.

Abaixo, as distâncias reais das estrelas do Cruzeiro do Sul com respeito ao Sol e, ao lado, o aspecto atual dessa constelação comparada a como ela será vista daqui a dez mil anos. Artigo de Astronomia no Zênite

Cruzeiro do Sul
CRUZEIRO DO SUL hoje e no futuro distante. Clique no botão para alternar.

Cruzeiro do Sul
A ESTRELA alfa do Cruzeiro do Sul (Acrux) está a 370 anos-luz do Sol; beta (Mimosa) a 490; delta (Magalhães) a 570; gama (Gacrux) a 220 e epsilon (Intrometida) a 60 anos-luz do Sol.
 

Lista das 88 constelações
O círculo dos animais
Unidades astronômicas

Créditos: Costa, J.R.V. História das constelações ocidentais - 2ª Parte (Final). Astronomia no Zênite, dez. 2000. Disponível em: <https://zenite.nu/historia-das-constelacoes-ocidentais-2>. Acesso em: 19 abr. 2024.
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