Surfshark
Astronomia no Zênite
Astronáutica - Missões espaciais

Doze homens e uma conspiração – 4

 MINISÉRIE EM 12 ARTIGOS

Entre 1969 e 1972 doze homens caminharam na Lua nas seis viagens do programa americano Apollo. Até hoje essas foram as únicas missões tripuladas para outro mundo, no caso, o nosso vizinho mais próximo no universo.

Hoje, cinquenta e um anos depois do último pouso tripulado na Lua, o mito de que tudo não passou de uma farsa sobrevive.

Parece um paradoxo, dado as conquistas tecnológicas da idade contemporânea. É um descrédito que sobrevive graças a “teorias conspiratórias” e, acima de tudo, ao desconhecimento acerca do contexto histórico da época, somado a lacunas no aprendizado de ciência básica. Senão vejamos…

Radiação perigosa

Fato

O espaço está repleto de radiações perigosas. A maioria não nos atinge por causa do campo magnético da Terra, que age como um legítimo campo de força.

Existe um campo de força magnética em torno do planeta que desvia parte das radiações vindas do espaço. São os Cinturões de Van Allen. Qualquer um que vá para a Lua (e além) deve atravessá-lo, mas as paredes das naves Apollo não seriam grossas o bastante para deter a radiação.

Dúvida

Então os astronautas não estão seguros e podem até morrer ao serem submetidos aos perigosos níveis da radiação espacial?

Conspiração

Prova de que nunca foram à Lua. Ninguém seria louco de fazer a viagem. Não há garantia alguma de proteção contra radiações e isso poderia deixar sequelas nos astronautas. As viagens para a Lua não podem ser realizadas com a tecnologia disponível naquela época.

Alan BeanALAN BEAN, O 4º HOMEM

Alan L. Bean foi o quarto homem a pisar na Lua. Nascido em Wheeler, Texas, em 15 de março de 1932, Bean foi selecionado pela NASA para ser astronauta em 1963, tendo sido antes piloto de testes da Marinha.

Na Apollo 12, o capitão Bean foi o piloto do módulo lunar, sob o comando do também capitão Charles “Pete” Conrad. Eles alunissaram no Oceano das Tempestades (apesar do nome, uma planície lunar) em 19 de novembro de 1969, retornado a Terra em 24 de novembro do mesmo ano.

Bean se aposentou em 1975 mas continuou auxiliando no treinamento de candidatos a astronauta. A partir de 1981, ele passou a se dedicar a pintura – e muitos de seus quadros estão hoje com entusiastas do espaço. Bean dizia que era um afortunado por visitar lugares tão exóticos e inusitados. O bastante para inspirar a mente de qualquer artista. Suas experiências, dizia ele, seriam agora expressas por meio da arte.

Realidade

Você deve estar se perguntando como a NASA protegeu seus astronautas. Resposta: ela não fez isso. Não, não foi negligência. Radiação sempre foi uma preocupação da NASA desde antes dos primeiros vôos espaciais, mas eles investiram em muita pesquisa até determinar que o perigo era mínimo.

Níveis de radiação potencialmente perigosos à saúde começam aos 25 rem (ou röntgen equivalent man, a unidade de medida de radiação). Se atingir 100 rem você certamente ficará doente. Aos 500 você morre.

Mas ao atravessar os Cinturões de Van Allen os astronautas ficaram sujeitos a cerca de 1 rem. Isso aconteceu devido ao curto período de tempo de voo através deles (menos de 2 horas) e das trajetórias das cápsulas Apollo, tipicamente inclinadas em cerca de 30 graus com relação ao equador da Terra ─ o que evitou o cinturão interno e atravessou somente as áreas mais finas do cinturão externo.

A radiação total recebida durante toda viagem foi aproximadamente a mesma que um operário de uma usina nuclear se submete em um ano. Apesar das alegações de que “metros de blindagem de chumbo grosso seriam necessários”, a NASA descobriu que não era preciso fornecer qualquer blindagem especial.

Cinturões de Van Allen
CAMPO DE FORÇA  Dois anéis de radiação circundam a Terra. Eles são formados pela interação do campo magnético terrestre e partículas eletricamente carregadas emitidas pelo Sol. O cinturão externo consiste basicamente de elétrons, enquanto o interno tem mais prótons. São os Cinturões de Van Allen. Para ver como o campo reage ao ser golpeado constantemente pelas radiações solares veja este vídeo 

Então, não existe risco? Não é bem assim. Muitos astronautas já relataram flashes misteriosos que repentinamente pipocam em seus olhos. Análises minuciosas de seus capacetes também revelaram que estavam cheio de buracos microscópicos, provavelmente causados por núcleos de hélio que os atingiram em altíssima velocidade (conhecidos como radiação alfa).

Na verdade, a radiação é precisamente uma evidência que os astronautas foram de fato à Lua. Dos 36 astronautas das 9 missões Apollo que deixaram a órbita da Terra, 33 desenvolveram os primeiros estágios de cataratas causadas pela exposição à radiação dos raios cósmicos durante suas viagens.

E mesmo sendo completamente indolor, os corpos dos astronautas são frequentemente perfurados por partículas subatômicas. Isso é perigoso? Pode apostar que sim. Mas também faz parte do risco dessa profissão.

Este é mais um motivo pelo qual eles são dignos de nossa admiração e respeito.

PATRONO
Urania Planetario

A cratera desaparecida

Fato

As fotos tiradas do pouso dos astronautas na Lua não mostram crateras sob o módulo lunar.

Sem crateraNão há cratera visível logo abaixo dos módulos de pouso das missões Apollo.

Dúvida

Não seria esperado que a nave com os astronautas produzisse uma cratera no local de seu pouso?

Conspiração

Um foguete capaz de pousar na Lua certamente produziria uma cratera bem visível. A falta dela – em imagens de todas as seis missões que teriam pousado na Lua – prova que elas foram uma fraude.

Realidade

Quando você entra de carro numa vaga de estacionamento, faz isso a 100 quilômetros por hora? É claro que não. É preciso desacelerar bastante antes de parar. Os astronautas fizeram o mesmo.

E tem mais. Para realizar o toque na superfície, o módulo lunar dispunha de retrofoguetes que eram desligados poucos metros acima do solo com o objetivo de prevenir a formação de uma nuvem de poeira que eventualmente pudesse obscurecer a visão dos astronautas.

Apollo 12
Esta foto da missão Apollo 12 mostra uma depressão rasa onde o pó foi soprado, mas não uma cratera profunda.

Esses retrofoguetes geravam uma pressão de apenas 680 gramas por polegada quadrada, o que não é muito e, no vácuo, a exaustão dos foguetes se dispersa rapidamente. Na Terra, onde existe atmosfera, o ar contém essa exaustão numa coluna estreita que se estende longamente para trás dos motores. A falta de atmosfera diminui a pressão, contribuindo para o espalhamento. Por isso, não era mesmo para se formar uma acentuada cratera.

Continua…

 

Doze homens e uma conspiração
Conspiracy Trilogy Report 

Referências (fontes consultadas)
• No Engine Crater. Astronomy Roadshow. Disponível em <http://www.moonlandinghoax.org/15.html>. Acesso em 30 mar 2015.
• Acusações de falsificação nas alunissagens do Programa Apollo. Wikipédia. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Acusações_de_falsificação_nas_alunissagens_do_Programa_Apollo>. Acesso em 30 mar 2015.
Publicação em mídia impressa
Costa, J. R. V. Doze homens e uma conspiração. Tribuna de Santos, Santos, 24 abr 2006. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-4.
Créditos: Costa, J.R.V. Doze homens e uma conspiração - 4. Astronomia no Zênite, 3 abr. 2015. Disponível em: <https://zenite.nu/doze-homens-e-uma-conspiracao-4>. Acesso em: 20 abr. 2024.
Como citar esta página como uma fonte da sua pesquisa

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, a forma indicada para mostrar que você pesquisou o artigo contido nesta página é:

 

As referências bibliográficas são importantes não apenas para dar crédito aos autores de suas fontes, mas para mostrar a sua habilidade em reunir elementos que constroem uma boa pesquisa. Boas referências só valorizam o seu trabalho.