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Astronomia no Zênite
Sistema Solar

A Terra sem a Lua – 2ª parte

 Final

Dias mais curtos certamente resultariam em enormes mudanças no processo de evolução da vida na Terra. Outros ciclos de luz e escuridão provocariam novos hábitos na fauna e flora. Além disso, com um período de rotação mais rápido, a atmosfera terrestre se moveria mais velozmente. Furacões poderiam durar meses e os ventos seriam muito mais rigorosos.

Graças à Lua o eixo de rotação da Terra permanece estável em cerca de 23 graus e meio de inclinação. Isso é responsável pela existência das estações do ano. Presume-se que sem a Lua, a inclinação do eixo terrestre poderia atingir os 85º.

Todo o clima da Terra seria dramaticamente alterado. Na Antártida, onde hoje faz muito frio, seria quente como nos trópicos, e as regiões equatoriais do planeta estariam cobertas de gelo. A Lua é um regulador climático.

Inclinações oritais
A LUA  gira numa órbita inclinada 5° em relação ao plano da órbita terrestre. Ela própria está inclinada 1,5° com respeito a sua órbita, enquanto a Terra gira com 23,5° de inclinação.

Bagunça útil: a Lua gira numa órbita inclinada 5° em relação ao plano da órbita terrestre. Ela própria está inclinada 1,5° com respeito a sua órbita, enquanto a Terra gira com 23,5° de inclinação.

PATRONO
Urania Planetario

Assumindo que a Lua nunca existiu, então aquele violento impacto de um astro com as dimensões de Marte e a Terra primitiva também nunca aconteceu. O período de rotação e até mesmo a inclinação do eixo do nosso planeta seriam diferentes.

Provavelmente teríamos uma órbita menos elíptica que a atual. Fazendo as contas da massa acrescentada à Terra com aquele impacto, menos a massa da Terra cedida à Lua, é possível que nosso planeta fosse até 10% menor. Nossa atmosfera poderia ser tão densa quanto à do planeta Vênus…

Ainda poderíamos falar nos efeitos psicológicos (?) atribuídos a Lua, como o crescimento da lavoura ou de nossos cabelos, o ciclo menstrual da mulher e as histórias populares, como a do lobisomem.

Carpe Diem (Aproveite o Dia)

Sem a Lua, toda a vida na Terra poderia ser não apenas diferente, mas simplesmente nunca ter surgido.

Mesmo sem poder comprovar esses resultados, sabemos que a Lua está partindo. Com o passar de eras, as forças de maré estão reduzindo ainda mais a rotação da Terra, tornando os dias mais longos – e como para cada ação existe uma reação, a Lua vai se afastando de nós 3,8 cm a cada ano.

Não antes de terem se passado quinhentos milhões de anos, a Lua também não será mais capaz de produzir eclipses do Sol. Em um ou dois bilhões de anos ela estaria tão longe que eventualmente poderia se desprender da atração terrestre. Talvez se torne um planeta em separado, talvez colida com o Sol.

Terra vista da LuaVISTO DA LUA  Fotomontagem a partir de imagens das missões Apollo.

Alguns pesquisadores já calcularam que a ausência da Lua daria ao nosso planeta uma precessão caótica, isto é, o eixo de rotação da Terra poderia passar a oscilar loucamente.

A maioria discorda. Para eles a Lua não vai se afastar para sempre. O processo para quando a rotação da Terra, da Lua e o período orbital da Lua atingiram todos um valor em torno de 55 dias.

Nesse ponto a Lua estará 60% vezes mais distante da Terra que hoje. Mas isso só aconteceria em uns 15 bilhões de anos – e o Sol morre antes, em cerca de 5 bilhões de anos no futuro.

Resta-nos a certeza de que vivemos no momento adequado para a Terra abrigar vida em abundância e ser iluminada pelo luar. Por isso, cuide bem do seu planeta e aproveite o dia… e as noites também! Artigo de Astronomia no Zênite

 

Sistema Terra-Lua
As fases da Lua

Referências (fontes consultadas)
• Comins, N. The Earth without the Moon. Astronomy Magazine February (1991).
Publicação em mídia impressa
• Costa, J. R. V. A Terra sem a Lua. Tribuna de Santos, Santos, 2 dez. 2002. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-4.
Créditos: Costa, J.R.V. A Terra sem a Lua. Astronomia no Zênite, nov. 2002. Disponível em: <https://zenite.nu/a-terra-sem-a-lua-2>. Acesso em: 19 abr. 2024.
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