Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 74
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Ano II – Nº 74 |
Passando perto – outra vez
Na última edição deste boletim informamos sobre um grupo de asteroides com características orbitais similares, possivelmente originários de colisões mútuas. O título “rochas perigosas” fazia alusão ao fato de eventualmente poderem atingir mundos como o nosso.
Nesta sexta-feira dia 14 um asteroide do tamanho de um campo de futebol por pouco não colidiu, de fato, com a Terra. O 2002 MN passou a ínfimos 120 mil quilômetros do planeta (cerca de um terço da distância Terra-Lua), quase superando o “feito” de outro objeto rasante, o 1994XL1, que em 1994 esteve a 105.000 km da Terra. O resultado de um impacto dessa magnitude é comparável ao que ocorreu na Sibéria em 1908, quando um fragmento de um cometa devastou uma área de 2.000 km².
Ainda assim o 2002 MN é muito pequeno para ser classificado entre os asteroides potencialmente perigosos. Embora não se acredite numa colisão suficiente para destruir toda a vida na Terra, existe uma necessidade urgente de se monitorar esses objetos. Não há um programa estabelecido no hemisfério sul para detectar suas aproximações, assim como atualmente é quase impossível percebê-los aproximando-se na mesma direção do Sol.
Nasce um planeta
Uma estrela distante com um ciclo atípico de brilho fraco e forte pode abrigar um sistema planetário em formação. A variação de luminosidade pode ser devido a fragmentos rochosos e gás denso em órbita do astro, aglutinando-se para formar planetas. A estrela KH 15D fica na constelação do Unicórnio, a cerca de 2.400 anos-luz da Terra e suas observações mostraram um padrão incomum: a cada 48,3 dias a estrela enfraquece em 4% de seu brilho e assim permanece durante 18 dias antes de voltar ao seu brilho normal.
O fato sugere um eclipse, mas não um que seria causado por um planeta ou outra estrela que se interponha entre nós e o astro. Somente um conjunto de objetos menores, como poeira e rochas, poderia ter causado o longo eclipse que os astrônomos observaram.
Além disso, KH 15D tem apenas três milhões de anos – idade ideal para a formação de planetas, segundo o modelo do Sistema Solar. Mesmo assim ainda é cedo para uma confirmação; o disco de matéria em trono da estrela parece muito perto do astro, mais perto do que o planeta Mercúrio está do Sol. A pesquisa vem sendo realizada por uma equipe internacional composta por astrônomos do Uzbequistão, Israel, Alemanha e Estados Unidos.