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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 62

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano II – Nº 62

Aminoácidos se formam no espaço, diz estudo

 Science@Nasa – 28 de março de 2002

Os aminoácidos, as peças básicas que compõem as proteínas, responsáveis por praticamente tudo dentro dos organismos, podem se formar no espaço interestelar. Foi a conclusão de dois estudos publicados esta semana, o primeiro de Max Bernstein, do Centro de Pesquisa Ames, NASA, e publicado na revista Nature; o segundo conduzido por um grupo de pesquisadores europeu.

O que ambos fizeram foi recriar o ambiente da nuvem que formou o Sistema Solar em laboratório. Basicamente, moléculas nas mesmas proporções observadas nas protoestrelas foram esfriadas e expostas à doses de radiação ultravioleta equivalentes as do meio interestelar, originando aminoácidos (grandes cadeias de carbono) a partir de compostos simples.

O grupo americano observou a formação de três aminoácidos, enquanto a equipe européia encontrou 16 aminoácidos (existem apenas 20 conhecidos). Agora, uma vez que foi confirmada a hipótese desses compostos se formarem no meio interestelar, os pesquisadores pretendem observar o fenômeno em si. Para isso, a sonda americana Stardust e a européia Rosetta serão fundamentais.

Sistema de posicionamento global europeu

 CNN Brasil – 27 de março de 2002

A União Européia vai financiar uma grande rede de navegação por satélite, o chamado “Projeto Galileo”, que concorrerá com o Sistema de Posicionamento Global (ou GPS, em inglês).

O sistema já tem um orçamento aprovado de 396 milhões de dólares e será desenvolvido em quatro anos, com lançamento previsto para 2006, entrando em operação dois anos depois. O sistema consistirá de 30 satélites, de uso predominantemente civil, podendo ser útil no controle do tráfego aéreo, pesquisas científicas e prospecção de petróleo, entre outros usos. Além do GPS, existe atualmente uma outra rede de navegação chamada “Glonass”, de origem russa, que não é mais totalmente operacional.

Ambos os sistemas são formados por satélites militares capazes de determinar a posição de um receptor na superfície terrestre com uma margem de erro de algumas dezenas de metros. O Galileo deverá ter margem de erro inferior a cinco metros e, como era de se esperar, os EUA vêem no Projeto Galileo um desafio à sua superioridade espacial e argumentam que o projeto duplica desnecessariamente o GPS.

“Buracos negros não existem”

 Science@Nasa – 27 de março de 2002

A afirmação, feita por dois cientistas americanos, faz parte de um estudo submetido à prestigiosa revista Physical Review Letters e propõe uma explicação alternativa para o que ocorre no fim do ciclo de vida das estrelas de grande massa. Buracos negros são corpos tão densos que atraem tudo o que está à sua volta, inclusive a luz. Segundo Pawel Mazur, da Universidade da Carolina do Sul, e Emil Mottola, do Laboratório Nacional de Los Alamos, esses monstros siderais dariam lugar aos astros que eles chamaram de gravastars (junção das palavras gravidade e estrela, em inglês).

Por fora eles apresentam as mesmas características dos buracos negros, mas por dentro seriam essencialmente diferentes. Buracos negros foram previstos como uma das possíveis soluções das equações da teoria da relatividade, de Albert Einstein. Os gravastars também poderiam ser soluções plausíveis, e esse modelo alternativo “resolveria” muitos dos problemas teóricos do modelo tradicional. A idéia pode revolucionar o que sabemos sobre os buracos negros – ou não. De qualquer modo a ciência sairá ganhando.