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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano II – Nº 59

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 Ano II – Nº 59

Concluída missão de reparos no telescópio Hubble

 NASA Human Spaceflight – 9 de março de 2002

Após o delicado resgate do telescópio espacial Hubble neste domingo 3 de março, realizado pela astronauta Nancy Currie, foram efetuadas cinco bem sucedidas saídas ao espaço (num total de mais de 35 horas) para melhorar o funcionamento do observatório orbital.

Novos painéis solares, uma nova unidade de controle de energia, mecanismos de direcionamento mais confiáveis, um sistema de refrigeração e uma câmera avançada foram os principais itens instalados. A recolocação do Hubble em sua órbita terminou hoje às 7h4min (hora de Brasília).

“Neste momento, o telescópio está estável como uma rocha”, anunciou um porta-voz da NASA. O retorno dos sete astronautas do ônibus espacial Colúmbia será no próximo dia 12, encerrando uma missão de 11 dias. Dia 4 de abril será lançado mais um ônibus espacial, o Atlantis, desta vez levando a bordo sete astronautas para a Estação Espacial Internacional (EEI ou ISS, na sigla em inglês).

Uma intrigante fonte de raios X pulsante em Júpiter

 Science@Nasa – 8 de março de 2002

Para começar, não era para estar ali. Pulsares e buracos negros distantes costumam ser as fontes habituaís de raios X. Mas dessa vez os pulsos estão vindo do pólo norte de Júpiter. Essa descoberta, feita pelo observatório orbital de raios X Chandra, está intrigando os pesquisadores. A surpresa não são os raios X vindos de Júpiter, algo já detectado há anos, mas a localização do sinal, surpreendentemente próximo ao pólo do planeta, e a maneira regular como ele pulsa.

Júpiter tem auroras como a Terra. Centenas de milhares de vezes mais poderosas e cujos anéis reluzentes ao redor dos pólos magnéticos de Júpiter têm o dobro do diâmetro terrestre. Em ambos os planetas as auroras acontecem quando há fluxos de partículas carregadas na alta atmosfera, conduzidas pelo campo magnético em direção aos pólos. Na Terra a fonte dessas partículas é o vento solar e a ionosfera de nosso planeta. Em Júpiter, contudo, muitas delas vêm dos vulcões da lua Io. Os íons de Io são acelerados por campos elétricos locais em direção à região polar de Júpiter.

Há uma mancha quente localizada muito perto do pólo norte magnético de Júpiter (mas não do anel de auroras), pulsando em intervalos de cerca de 45 minutos. Como as pulsações não são precisas está afastada a hipótese de um sinal inteligente. É uma fonte natural, mas desconhecida. Pode ser que o campo magnético de Júpiter, quando atingido por uma rajada de vento solar, soe como um sino num período de 45 minutos.

Aliás, um sino impressionante: o campo magnético de Júpiter é a maior estrutura em todo o sistema solar – maior que o próprio Sol. Também é possível que o pólo sul de Júpiter seja uma mancha quente de raios X, piscando no mesmo ritmo que o do norte. O problema é que o pólo sul não é fácil de observar da Terra. E nem a Cassini ou a Galileo detectaram algo semelhante.

Uma coisa parece clara: a mancha está tão próxima do pólo norte magnético de Júpiter que Io não a alimenta, pois não há linhas de campo conectando o satélite ao pólo magnético joviano. Por isso os pesquisadores estão considerando outras fontes de íons, como o vento solar.