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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 42

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano I – Nº 42

Acordo Brasil-EUA aprovado com ressalvas

 CNN – 31 de outubro de 2001

O governo brasileiro vai ter que renegociar o acordo que dispõe sobre lançamento de foguetes americanos no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Os deputados da Comissão de Relações Exteriores modificaram o texto original do tratado para atender às pressões de deputados nacionalistas do Congresso. Foi aprovado o parecer do deputado Valdir Pires (PT/BA), que tira o poder dos Estados Unidos de vetar negócios brasileiros envolvendo mísseis e armamentos com países que não façam parte dos organismos mundiais reguladores do setor. O texto de Pires também obriga aos americanos a repassar ao Brasil parte dos lucros provenientes dos lançamentos de satélites, que deve servir ao desenvolvimento de tecnologia nacional em lançamentos.

O acordo ainda precisa ser aprovado por mais duas comissões, Ciência e Tecnologia e Constituição e Justiça, e pelo plenário. O governo pode tentar a rejeição das alterações ou renegociar com os EUA. Segundo os defensores do acordo, a retomada das atividades espaciais do Brasil depende de sua aprovação final.

Localizado na península de Alcântara, estado do Maranhão, o CLA tem uma posição privilegiada, aproveitando o máximo do movimento de rotação da Terra para impulsionar veículos orbitais, com grande vantagem em relação a bases como Cabo Canaveral (nos Estados Unidos) ou Baikonur (no Casaquistão).

Telescópio Hubble olha para Ceres

 Spaceflight Now – 1 de novembro de 2001

Uma equipe internacional conduzida por cientistas do Southwest Research Institute (SwRI) descobriu algumas propriedades curiosas de Ceres, o maior asteroide entre Marte e Júpiter. Os astrônomos observaram Ceres com o telescópio espacial Hubble em resoluções nunca antes utilizadas. As imagens resultantes são as primeiras a exibir detalhes na superfície do asteroide da ordem de 50 km.

A equipe também descobriu uma mancha escura na superfície que foi chamada “Piazzi” em honra ao descobridor de Ceres. Sua natureza ainda não foi determinada, talvez uma grande cratera de um impacto ou simplesmente uma área de coloração diferente. A “mancha Piazzi” tem um diâmetro de cerca de 250 km, mais que um quarto do tamanho de Ceres. Se for o resultado de um impacto, o objeto que colidiu com Ceres teria aproximadamente 25 quilômetros de extensão.

As imagens em alta resolução permitiram refinar as medidas de Ceres. Embora tenha mais de um terço da massa total de todos os outros asteroides localizados entre Marte e Júpiter, os pesquisadores ainda discutem o seu tamanho, ainda que após 200 anos de observações. As novas medidas indicam que Ceres é ligeiramente aplainado, com diâmetro entre 930 e 970 km, e estrutura interna não tão homogênea quanto presumido.