Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 37

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano I – Nº 37

Uma “estrela” chamada Borrelly

 Space.com – 25 de setembro de 2001

O cometa Borrelly nunca brilhou a olho nu. Jamais revelou uma brilhante cabeleira ou cauda aos admiradores do planeta Terra. Mas na semana passada, no mesmo dia em que começou a primavera, ele tornou-se tão glorioso quanto o Halley, o Hyakutake ou o Hale-Bopp. Exagero? Nem um pouco. Enquanto a Deep Space 1 (DS1) estava visitando o cometa Borrelly no último sábado, 22 de setembro, o telescópio espacial Hubble, em órbita da Terra, também voltava-se para o astro. E diversas equipes de pesquisadores efetuavam suas medidas a partir da superfície.

Os esforços combinados proveram visões do cometa em vários comprimentos de onda e instantes de tempo, de perto e de longe. O cometa Borrelly tornou-se o mais observado de toda a história da Astronomia – e sem ser visto pela maioria das pessoas na Terra! Embora seja bastante um pequeno telescópio e um mapa celeste para que os amadores o contemplem como uma estrela pálida.

O cometa Borrelly é uma rocha de formato irregular com 8 km de comprimento, cuja superfície é complexa, com vastas regiões recobertas por uma crosta de material baseado em carbono, que reflete apenas cerca de 4% da luz solar. E essa com certeza não é a única novidade, outras informações deverão surgir nas próximas semanas, quando os dados da sonda forem analisados.

O cometa Borrelly recebeu o nome de seu descobridor, o francês Alphonse Louis Nicolas Borrelly. Em 1999, a DS1 já havia passado pelo asteroide Braille (em homenagem ao criador da escrita para cegos, Louis Braille). Nos dois encontros, a sonda obteve resultados científicos interessantes, embora nem precisasse. O objetivo da DS1, assim como das futuras sondas Deep Space (em inglês, “espaço profundo”), é testar inovações tecnológicas para a exploração espacial.

Novos Horizontes para Plutão

 Spaceflight Now – 29 de setembro de 2001

Uma equipe com mais de 20 peritos científicos e 100 engenheiros, conduzida pelo Southwest Research Institute (SwRI) e o Instituto de Física Aplicada Johns Hopkins (JHU APL) concluiu um estudo sobre a viabilidade de uma nova missão para Plutão e o Cinturão de Kuiper. O trabalho, designado “Fase A”, prevê o lançamento em dezembro de 2004 de uma sonda equipada com máquinas fotográficas sensíveis e miniaturizadas, espectrômetros ultravioletas e infravermelhos, e instrumentos para realizar experiências de física de plasmas.

A equipe, chamada “Novos Horizontes” projetou uma missão completa, incluindo astronave, trajetória e instrumentos. A missão voaria para Plutão assistida pela força gravitacional de Júpiter, reduzindo custos e o tempo de voo (a poderosa gravidade de Júpiter seria usada como estilingue, arremessando a sonda rumo ao seu objetivo primário). Dependendo do tipo de veículo e do ano de lançamento, a chegada em Plutão poderia ser entre 2014 e 2018.