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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 36

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano I – Nº 36

Sentindo o cheiro de um cometa

 Space.com – 23 de setembro de 2001

Quando a Terra alcançou o ponto de sua órbita que caracteriza o início da primavera, a sonda robótica Deep Space 1 (DS1), em português Espaço Profundo 1, estava realizando uma missão-bônus de altíssimo risco: “ouvir o coração” de um cometa. Lançada em outubro de 1998, a pequena sonda de 474 kg testou nada menos que doze novas tecnologias em sua missão principal (concluída em outubro de 1999) para o planeta Marte e o asteroide Braille (1992 KD).

Às 22:30 UTC deste 22 de setembro, (19:30 hora de Brasília) a DS1 passou a apenas 2.000 km do núcleo do cometa Borrelly. Os riscos eram tão altos que os resultados seriam imprevisíveis. O cometa Borrelly passou pelo periélio no último dia 14, e qualquer partícula ejetada do núcleo poderia atingir a sonda a mais de 16 km/s. Mas a aventura valeu o risco e a DS1 superou as espectativas, obtendo imagens em preto e branco da superfície, além de imagens em infravermelho, campos magnéticos e ondas de plasma ao redor do núcleo. Será como “ouvir o coração” e “sentir o cheiro” do cometa.

A sonda de 152 milhões de dólares foi a primeira a testar uma tecnologia do futuro: a propulsão iônica. Um motor usa o gás xenônio como combustível; a eletricidade gerada por painéis solares passa pelo gás, produzindo partículas carregadas negativamente, os íons. Uma tensão elétrica aplicada muda a carga, e as partículas (agora positivas) são impulsionadas, fazendo a nave atingir velocidades de até 35 km/s. A força, no entanto, é equivalente a requerida para segurar uma folha de papel sobre a mão — e levou meses até a DS1 atingir velocidade total. No momento o motor é adequado apenas para pequenas sondas não tripuladas.

O perigo com a luz da primavera

 Science@Nasa – 17 de setembro de 2001

Todos os anos, com a chegada da primavera, o pólo Sul recebe os primeiros raios de Sol depois de meses na escuridão, e com eles a certeza do retorno do perigoso buraco na camada de ozônio. É um evento anual: o buraco começa a “abrir” em meados de agosto e se contrai novamente em dezembro. No ano passado ele atingiu um tamanho recorde, chegando a aproximadamente três vezes a área do Brasil, expondo o sul do Chile e Argentina a elevados níveis de radiação ultravioleta (UV).

E para este ano não são esperadas boas notícias. A área total do burado deverá atingir pelo menos 25 milhões de quilômetros quadrados. Vale notar que algumas regiões próximas ao equador também costumam apresentar níveis preocupantes de radiação UV, mesmo não estando diretamente sob o buraco de ozônio. É o caso de Natal, no Rio Grande do Norte, cidade monitorada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e onde a utilização de filtros solares é recomendada mesmo para aqueles que não estão no banho de mar.