Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 34

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano I – Nº 34

Chandra encontra indícios de um buraco negro no centro da Via Láctea

 AFP© – 5 de setembro de 2001

O telescópio de raios X Chandra detectou uma forte emissão de raios X oriunda no centro da nossa galáxia, o que fornece um bom indício da existência de um buraco negro de grande massa. A detecção permitiu aos astrônomos estimar o seu tamanho em não mais que a distância média da Terra ao Sol, ou 150 milhões de km.

A história deste possível buraco negro começou em 1974, com a descoberta de uma potente fonte no centro dinâmico da galáxia, chamada Sagittarius A* (Sgr A*). O objeto é impossível de ser detectado visualmente, porque o centro da Via Láctea é rico em estrelas e matéria interestelar, com uma grande quantidade de luz e poeira.

Há três anos, uma cartografia do núcleo da galáxia revelou que seu centro apresenta uma morfologia que sugere a existência de dois jorros de plasma que atuam em grande velocidade e em direções opostas. Exatamente o tipo de fenômeno que corresponde ao esperado em torno de um buraco negro. Também foram acompanhados deslocamentos de um grupo de 200 estrelas ao redor do centro galáctico, que apresentaram velocidades muito altas (às vezes superiores aos 1.000 km/s), o que permite deduzir que essas estrelas gravitam em torno de um objeto com massa equivalente a 2,6 milhões de vezes a massa solar.

No final de setembro de 2000, o telescópio Chandra detectou uma emissão de raios X procedente do local onde está localizado a Sgr A*, e um mês depois uma nova emissão cinco vezes mais potente. Os astrônomos afirmam que esse sobressalto é resultado da atração por um objeto de grande massa, que dá voltas ao seu redor antes de ser tragada. Sobra uma intrigante questão: esse objeto corresponde efetivamente à Sgr A*? A resposta pode ser a solução de um dos principais desafios da astronomia contemporânea.

Mini Estação 1 será o primeiro hotel espacial

 Folha On Line 4 de setembro de 2001

A agência espacial russa Energiya e a empresa MirCorp informaram sua intenção de enviar regularmente turistas ao espaço a partir de 2004. E para isso, será construída a Mini Estação 1, especialmente para o turismo espacial e capaz de abrigar três cosmonautas por vez. O acordo é parte dos planos da MirCorp para dar início a programas espaciais comerciais.

A Rússia é dona de uma parcela considerável da Estação Espacial Internacional (EEI ou ISS, na sigla em inglês) e colocou em órbita o primeiro turista espacial em maio passado, o empresário americano Dennis Tito, que pagou cerca de US$ 20 milhões por sua aventura de oito dias no espaço, realizada sob protestos da NASA, que argumentou não ser seguro levar um amador para a ISS, ainda que ela própria já venha fazendo isso há algum tempo. A Rússia considera o turismo espacial um meio de levantar fundos para o seu programa espacial. A Mini Estação 1 deve operar por 15 anos.