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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 19

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano I – Nº 19

Nova imagem da “Face de Marte”

 Science@Nasa – 25 de maio de 2001

Quando em meados dos anos 70 a nave Viking tirou as primeiras fotos em órbita de Marte, uma curiosa imagem numa região do planeta chamada Cydonia reacendeu as esperanças de quem acreditava em vida inteligente no Planeta Vermelho. Em meio a algumas crateras e montes comuns, uma formação mostrava-se incrivelmente semelhante a uma face humana. E poucos acreditaram em coincidência. Os olhos, o nariz e a boca inevitavelmente lembravam um rosto. Para alguns era o rosto de Cristo. Tinha de ser artificial.

As fotos da Viking não tinham concorrentes. Foi uma longa espera até 1998, quando a Mars Global Surveyor tornou-se a primeira sonda a retornar com sucesso a Marte. Em 5 de abril daquele ano, os instrumentos da sonda, naturalmente muito mais modernos e sofisticados, mostraram uma imagem totalmente diferente. Com uma resolução de 4,3 m por pixel, dez vezes a resolução da melhor imagem da Viking, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) nos Estados Unidos revelou ao mundo uma montanha corroída pelos fortes ventos marcianos.

Mas nem todos ficaram satisfeitos. A foto da Surveyor foi obtida sobre um céu de inverno e talvez alguma névoa pudesse ter atrapalhado de novo (as fotos da Viking tinham céu nublado), deixando algum vestígio alienígena encoberto. Então eles fizeram de novo — e melhor. Não foi tão simples, porque a sonda não sobrevoa a região da Face com freqüência.

Mas o esforço valeu a pena. A nova imagem tem resolução de 1,56 m por pixel e revela a verdadeira natureza da Face: uma formação geológica chamada mesa, também existente na Terra. Os dados de uma altimetria a laser são ainda mais eficientes. Mapas de elevação em 3D mostram a formação por qualquer ângulo: e nada de olhos, nariz ou boca.

Pizzas: entregas também no espaço

 Jornal do Brasil – 22 de maio de 2001

Depois de abrigar o primeiro turista espacial por quase uma semana, a ISS inovou de novo. Desta vez, o passageiro foi uma pizza, enviada pela rede americana Pizza Hut, saboreada pelo cosmonauta russo Yuri Usachov. A entrega rendeu US$ 1 milhão à agência espacial russa, que acumula outros US$ 20 milhões pelo passe de Dennis Tito ao espaço. Prova de que a estação pode mesmo virar um grande negócio.

Em vez dos habituais 30 minutos sobre uma motocicleta, a pizza viajou algumas horas a bordo de um foguete russo até chegar à estação. E como ficaria muito tempo no espaço, a pizza teve que receber doses extra de sal e condimentos. O pepperoni, de vida curta, foi substituído pelo salame, mais resistente.

Além de obter a permissão para fotografar Usachov comendo a guloseima, a Pizza Hut também conseguiu estampar o logotipo da empresa em um dos foguetes russos. Tudo sob os ‘olhos contrariados’ na NASA, a agência espacial americana, que também fez vista grossa para o envio de Dennis Tito à ISS, no início deste mês.

Esta não foi a primeira façanha da empresa americana. Em 1991, a rede enviou uma pizza ao ex-presidente russo Boris Yeltsin, que conseguiu triunfar após uma tentativa de golpe de Estado.