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Astronomia no Zênite
Diário astronômico
Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano III – Nº 135

Adeus Galileo

 Galileo Website – 21 de setembro de 2003

A nave Galileo apenas penetrou sob as camadas mais altas das nuvens de Júpiter, pelo lado noturno do planeta, um pouco ao sul do equador, acelerando a mais de 160.000 km/h.

Como não foi construída com nenhum tipo de proteção para reentradas, a neve se despedaçou e foi vaporizada rapidamente por causa da fricção, submetida a uma pressão mais de 20 vezes a do nível do mar.

A nave Galileo encerra sua missão tendo descoberto 21 novas luas em torno de Júpiter e capturado a destruição do cometa Shoemaker-Levy 9, que ousou enfrentar o maior planeta do Sistema Solar em 1994. Além disso, no caminho até Júpiter, a Galileo enviou as primeiras fotos tiradas de perto de asteroides.

Em 14 anos e 4,2 bilhões de quilômetros no espaço, a nave observou a atmosfera e o campo magnético de Júpiter, além de suas luas. O envio da nave de encontro a Júpiter teve como finalidade evitar que ela colidisse no futuro com uma dos satélites do planeta, como Europa, que pode abrigar vida.

Se a Galileo ainda preservar em seu interior microorganismos da Terra, essa colisão poderia contaminar a lua e levar os pesquisadores a conclusões erradas sobre a presença de vida.

A missão Galileo foi concebida no final dos anos 70 e desde que deixou a Terra, em 1989, a espaçonave foi gerenciada por um computador de bordo similar a um antigo Apple II. Sua destruição encerra uma das mais bem sucedidas missões de toda história da exploração espacial.

Galáxias e furacões

 Space.com – 17 de setembro de 2003

Você não iria desejar estar no caminho do furacão Isabel, que atingiu esses dias a costa leste dos Estados Unidos. Mas certamente não se incomodaria em apreciar sua formidável beleza vista do espaço, em órbita da Terra.

Olhando para sua forma espiral característica, um entusiasta da Astronomia não poderia deixar de pensar em algumas das mais belas galáxias que conhecemos – e se existe alguma relação matemática que rege essas morfologias.

Na verdade furacões e galáxias têm poucas similaridades físicas. Gravidade e momento angular desempenham um papel importante em ambos, mas as semelhanças param por aí. O giro de um furacão se deve à rotação da Terra.

Mas é importante mencionar que um furacão tem de girar em uma certa direção. Funciona assim: quando uma área de baixa de pressão atmosférica se forma sobre o oceano, o vento começa a fluir para o centro, perto da superfície. Mas o tempo todo a Terra está girando debaixo da atmosfera. No hemisfério norte a rotação terrestre provoca um desvio aparente do vento no sentido contrário aos ponteiros de um relógio (tempestades no sul giram no sentido horário).

Galáxias, ao contrário, giram em qualquer direção. Isso depende apenas do seu ponto de vista (não existe “em cima” e “em baixo” no espaço). Mas afinal por que as galáxias giram? A resposta nos remete a formação do Universo.

Os primeiros aglomerados de matéria começaram a interagir gravitacionalmente e, sob efeito da atração gravitacional entre suas próprias partículas, começaram a girar. É que as leis da Física nos dizem que o momento angular deve ser conservado. Aqui ou em qualquer lugar do cosmos.