Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 129
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Ano III – Nº 129 |
A 3 minutos e 6 segundos de Marte
Se enviássemos uma mensagem para uma espaçonave em Marte poderíamos ter de esperar mais de 20 minutos até que o sinal, viajando a velocidade da luz, atingisse seu alvo. Um simples diálogo tipo “– Como vai?” e “– Estou bem” demoraria mais de 40 minutos.
Mas não este mês. No dia 27 de agosto, pela primeira vez em toda a história da humanidade, ficaremos a somente 186 segundos-luz do Planeta Vermelho. Apenas 3 minutos e 6 segundos. A oposição de Marte o traz para tão perto que não é necessário um mapa celeste para encontrá-lo, a olho nu, no céu.
Basta olhar na direção leste poucas horas após o pôr do Sol. Ali um astro com brilho vermelho-alaranjado forte, mas que não cintila como as estrelas, se destaca. Não tenha dúvida: é Marte, brilhando entre as estrelas da constelação de Aquário.
Ao contemplá-lo, lembre-se de que cinco sondas da Terra estão indo ao seu encontro neste instante (Spirit, Opportunity, Nozomi, Mars Express e Beagle 2). Mas não é só. A NASA já anunciou uma nova missão para ir a Marte em 2007, com chegada no ano seguinte.
Apropriadamente chamada Phoenix, ela representa a ressurreição definitiva do programa americano de exploração de Marte, contanto com vários instrumentos originalmente planejados para duas sondas perdidas em 1999.
De volta para a Lua
Depois de enviar sua primeira sonda para Marte, no mês passado, a Agência Espacial Européia (ESA) já está com tudo pronto para o lançamento de uma sonda lunar. Ela será não somente a primeiro veículo da ESA a ser lançado para o nosso satélite natural, como também a primeira sonda da agência que irá testar avançadas tecnologias de miniaturização, úteis para futuras missões de exploração planetária.
A Smart 1 (sigla para Small Missions for Advanced Research and Technology) é uma sonda de 370 kg e 1 metro cúbico que será inicialmente colocada numa órbita elíptica em torno da Terra por um foguete Ariane 5. Sua configuração orbital gradativamente evoluirá em elipses cada vez mais excêntricas, até finalmente ser capturada pelo campo gravitacional da Lua, permanecendo numa órbita polar entre 300 e 10.000 km da Lua.
A missão fornecerá informações para futuros projetos de exploração humana de longa duração, incluindo a determinação dos melhores locais de alunissagem. A Lua gira em torno si mesma no mesmo tempo que completa uma volta em torno da Terra. Assim, uma de suas faces permanece sempre oculta.
Suas regiões polares também continuam inexploradas e a presença de água na Lua jamais foi confirmada, apesar das provas indiretas recolhidas por uma sonda americana na década passada. Os dados coletados pela Smart 1 devem ajudar a compreender melhor os processos de interação do sistema Terra – Lua, sua formação e evolução.