Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 115

Novidades do Espaço Exterior Antena
 Ano III – Nº 115

Divulgada hipótese para explicar perda do Columbia

 Jornal da Ciência – 25 de abril de 2003

A comissão de investigação do acidente que destruiu o ônibus espacial Columbia (foto), durante sua reentrada na atmosfera em 1º de fevereiro, entrou em uma nova fase. Agora há uma hipótese oficial para explicar a tragédia. O problema pode mesmo ter sido um pedaço de espuma isolante que se desprendeu do tanque de combustível principal durante a decolagem.

Ela teria se chocado com a porção frontal da asa esquerda do ônibus espacial, enfraquecendo uma das partes que compõem a lateral da estrutura. Durante o segundo dia do voo, a referido elemento teria se desprendido do Columbia. O evento foi registrado em imagens de radar feitas pelos militares americanos, mas que só foram analisadas após o acidente.

A ausência da peça permitiu a entrada de ar durante a reentrada, e o atrito forçou a asa esquerda em excesso, abrindo um vão que levou à perda da integridade estrutural, à desintegração do veículo e a morte de seus sete tripulantes.

Os engenheiros da NASA seguem trabalhando nos aperfeiçoamentos necessários para o retorno aos voos dos ônibus espaciais. A nave russa Soyuz TMA-2 já partiu, do Cazaquistão, levando dois tripulantes para substituir a tripulação atual da Estação Espacial Internacional.

A reentrada do Bepposax

 AEB – 24 de abril de 2003

O BeppoSAX, um satélite astronômico de raios-X ítalo-holandês, lançado em 1996, teve suas atividades encerradas em 2002 devido à degradação das condições de suas baterias e seu rápido decaimento orbital, colocando-o em uma altitude onde o controle não é mais possível.

O governo brasileiro recebeu um comunicado da Itália, informando que a reentrada do satélite na atmosfera terrestre deverá ocorrer numa faixa entre as latitudes +4,36º e -4,36º (o que abrange áreas dos oceanos Atlântico e Pacífico e mais 28 países, incluindo o Brasil – especificamente, os estados do Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí e Roraima).

É possível estimar o tamanho da área de impacto, mas é muito difícil prever o local exato da queda. Na verdade os poucos fragmentos que chegarão a atingir o solo irão se espalhar por centenas de quilômetros.

Dados mais precisos estarão disponíveis no máximo algumas horas antes da reentrada, que deverá ocorrer entre os dias 29 de abril e 1º de maio, segundo boletins divulgados diariamente pela Agenzia Spaziale Italiana (ASI). Com a antecedência possível, as autoridades brasileiras deverão informar sobre a trajetória e o momento estimados do impacto.

Caberá à Defesa Civil tomar as providências adequadas, mas os risco a população é mínimo: em mais de 40 anos de atividade espacial mais de 1.400 toneladas de material reentraram na atmosfera terrestre, muitas vezes sobre áreas povoadas, e nunca houve vítimas.

O nome BeppoSAX vem de Satellite scientifico per astronomia a raggi X e de uma homenagem ao cientista italiano Giuseppe “Beppo” Occhialini.

ATUALIZAÇÃO
30 de abril de 2003

Fragmentos do satélite italiano BeppoSAX caíram no oceano Pacífico por volta das 18 horas (horário de Brasília) de ontem (29/abril). Não houve danos a pessoas ou instalações.

A área habitada mais próxima era o arquipélago Galápagos, pertencente ao Peru. Porém, havia risco de que parte dos fragmentos do BeppoSAX caíssem sobre território brasileiro (especificamente nos Estados do Amazonas, Amapá, Pará e Roraima), ou em outros 28 países compreendidos no interior de uma faixa equatorial entre +4,36º e -4,36º de latitude.

O satélite pesava cerca de 1.400 kg e tinha 2,4 m x 3,6 m x 18 m.