Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 109
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Ano III – Nº 109 |
A radiação e outras incertezas de Marte
A NASA não tem planos imediatos para enviar seres humanos para Marte. Nem por isso diminuem as investigações sobre o fascinante Planeta Vermelho, na esperança de dias – e orçamentos – melhores no futuro. Se por um lado encontrar água em Marte não tem sido difícil, a hipótese de que ela seja facilmente utilizável por eventuais visitantes da Terra é cada vez mais improvável.
A maior parte desta preciosa substância está sob o solo marciano (congelada) e é tão salgada que só poderia ser extraída a um grande custo. Por outro lado, os níveis de incidência de radiação na superfície são bastante altos, porém administráveis.
Marte é bem mais sujeito à radiação do que a Terra, especialmente por causa de sua atmosfera mais rarefeita e a ausência de um campo magnético significativo, responsável por absorver a maior parte das partículas de alta energia provenientes do Sol e outras fontes na galáxia.
O ambiente na superfície do planeta Marte deve ser tão hostil quanto o do espaço interplanetário – e portanto ao alcance da permanência humana, ainda que por curtos períodos de tempo. Todos esses resultados ainda são preliminares, mas mantêm o sonho de futuras missões tripuladas.
As novas informações sobre o ambiente marciano, contudo, são uma má notícia para os que buscam vida microscópica no planeta. Embora outros fatores ambientais pesem muito mais contra vida no planeta, como o frio extremo e as condições extremamente secas.
Perdendo a atmosfera
O telescópio espacial Hubble observou pela primeira vez a atmosfera de um planeta extra-solar escapando com violência para o espaço. O astro se assemelha a Júpiter e está em órbita da estrela HD 209458, similar ao Sol e situada a 150 anos-luz da Terra, na constelação de Pégasus. Ele foi detectado enquanto passava à frente de sua estrela.
Durante esse evento, chamado trânsito, o planeta oculta parte da estrela, e aparece levemente menos brilhante, o que permite observar sua atmosfera. Ao observar este planeta, os astrônomos verificaram sua atmosfera de hidrogênio se estendia além dos 200 mil quilômetros.
Seu envoltório gasoso está muito além da zona de influência gravitacional do planeta. Ele escapa a mais de 360 mil quilômetros por hora, impulsionado pela radiação da estrela, e perde 10 mil toneladas de hidrogênio por segundo – o que poderá resultar na eventual perda de praticamente toda sua atmosfera, restando apenas um núcleo denso.
A poderá explicar a ausência de planetas nas proximidades de suas estrelas-mãe (menos de sete milhões de quilômetros de distância). “Ali o planeta pode fundir como a neve ao sol e desaparecer, subsistindo finalmente apenas seu núcleo”, afirmam os pesquisadores. Desde 1995, foram descobertos mais de cem planetas extra-solares.