Novidades do Espaço Exterior – Ano III – Nº 108
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Ano III – Nº 108 |
O coração de ferro do deus da guerra
O planeta Marte, Ares, deus da guerra para os romanos, tem um núcleo de ferro fundido. A descoberta é de um grupo de cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratory, JPL) em Pasadena, Califórnia, após análise de três anos de dados recolhidos pela sonda Mars Global Surveyor, combinados com informações da Mars Pathfinder.
Influenciado pela força gravitacional do Sol, Marte sofre as chamadas forças de maré que formam uma protuberância na superfície do planeta (semelhante ao que ocorre nos oceanos da Terra). Naturalmente, em Marte essa protuberância é muito menor que a amplitude de marés terrestres.
Assim mesmo é possível determinar o quanto Marte é flexível. O tamanho das marés marcianas é grande bastante para indicar que o núcleo do planeta não pode ser ferro sólido sendo, pelo menos parcialmente, líquido. Os resultados ainda indicaram que o tamanho deste núcleo líquido é de cerca da metade do diâmetro de Marte, similar aos núcleos da Terra e Vênus, além de conter significativas quantidades de metais leves, como o enxofre.
Além disso a quantidade de gelo sublimada na atmosfera (transformada diretamente do gelo para o vapor) e então transferida de um pólo a outro é de 30 a 40% maior no hemisfério sul que no norte – o que concorda com os modelos teóricos sobre a atmosfera do Planeta Vermelho.
Família de Júpiter cresce outra vez
É hora de atualizar os livros de Astronomia. Scott Sheppard e David Jewitt (da Universidade do Havaí) e Jan Kleyna (da Universidade de Cambridge) encontraram de uma só vez sete “novos” satélites de Júpiter, elevando o número de luas do maior planeta do Sistema Solar para 47 (contra 30 de Saturno, 21 de Urano e 11 de Netuno).
Os planetas gigantes gasosos são, de longe, os mais afortunados em satélites, mas Júpiter está surpreendendo. Dos sete objetos recém descobertos dois possuem um movimento orbital no mesmo sentido da rotação de Júpiter, enquanto os demais são retrógrados. Seus períodos de revolução variam de 237 a 983 dias e seus diâmetros estão entre 2 e 4 km.
Por enquanto todas receberam denominações provisórias (S/2003 J1 a S/2003 J7), mas logo serão batizadas com nomes de personagens da mitologia próximos a Júpiter. Algumas dessas luas são, provavelmente, objetos capturados – e não formados junto com o planeta. Certamente 47 não é o valor final. As buscas continuam e mais satélites ainda poderão ser encontrados, especialmente retrógrados e com pequenas dimensões.