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Astronomia no Zênite
Diário astronômico

Novidades do Espaço Exterior – Ano I – Nº 10

Novidades do Espaço ExteriorAntena
 Ano I – Nº 10

Inesquecível Mir

 Jornal do Brasil – 24 de março de 2001

Mir significa paz, em russo, e ao longo de 15 anos a estação espacial Mir tornou-se uma marca da presença humana no espaço, abrigando em harmonia astronautas e cosmonautas de 12 nações. A reentrada da estação na atmosfera na sexta-feira 23 de março causou grande comoção entre entusiastas da astronáutica e, é claro, russos.

A Fundação Mir, de apoio ao programa espacial russo, convidou as emissoras de rádio e TV a manter um minuto de silêncio. No seu último dia, os painéis solares da Mir absorveram a energia necessária para a última correção orbital, aquela que conduziria a um mergulho preciso nas águas do oceano Pacífico, a leste da nova Zelândia.

Parte de sua queda foi assistida nas ilhas Fiji por um grupo de turistas, num roteiro organizado pela companhia mirreentry.com. A reentrada e conseqüente destruição da Mir durou cerca de 40 minutos, quando a estação deslizou completamente sem controle humano, transformando-se numa nuvem de metal aquecido a mais de 1500°C. A Mir foi projetada para durar apenas cinco anos e já havia atingido o limite de sua vida útil. Contudo, é lamentável que não exista uma Mir 2 já em condições de substituí-la.

A energia que vem do espaço

 Science@Nasa – 23 de março de 2001

A crise no fornecimento de energia, que já causou interrupções na rede elétrica de vários centros urbanos dos Estados Unidos, e pode levar a um racionamento no Brasil, será um problema cada vez mais crítico durante este século, a menos que se pense em fontes alternativas. Com a população mundial projetada de 10 bilhões de pessoas antes de 2050, novas fontes energéticas deverão se tornar prioridades, tanto para países desenvolvidos quanto nos não industrializados.

Algumas dessas fontes poderão vir diretamente do espaço: uma das propostas da NASA consiste na montagem de gigantescos painéis solares em órbitas estacionárias em torno da Terra ou da Lua. A energia solar é transformada em microondas e transmitida à Terra onde seria coletada por antenas no solo, e então convertidas em energia elétrica para consumo. Atualmente, a eficiência na conversão de energia solar chega a 56%, contra os 7% de 30 anos atrás. O custo atual situa-se entre 60 e 80 centavos de dólar por quilowatt, mas espera-se reduzir a apenas 6 centavos. O projeto deve ser viável nos próximos anos.